Professora do NEIM participa da CPI do Senado que investiga Violência Contra a Mulher

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A Professora Cecília Sardenberg, pesquisadora do NEIM e coordenadora nacional do Observatório Lei Maria da Penha (Observe/UFBA), depôs,  dia 10 de abril, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, criada pelo Requerimento nº 4 de 2011 do Congresso Nacional  com o objetivo de investigar a situação da violência contra a mulher no Brasil e apurar denúncias de omissão por parte do poder público com relação à aplicação de instrumentos instituídos em lei para proteger as mulheres em situação de violência”. A professora Cecília apresentou um diagnóstico da aplicação da Lei Maria da Penha em todo o país.

 

Para a relatora da CPMI, senadora Ana Rita (PT/ES) a capacitação de profissionais para atuar em todas as etapas do processo de atendimento à mulher vítima de violência é básico para a efetividade da Lei Maria da Penha.  Segundo a pesquisadora Cecília Sademberg, representante do Observe, da Bahia, há uma grande rotatividade desses profissionais, prejudicando todo o processo. “Alguns servidores das delegacias são treinados, capacitados e, na primeira oportunidade trocam de emprego, vão para uma unidade considerada mais importante”. Verifica-se uma grande resistência em ficar nas delegacias de mulheres. Com isso, há ocorrência até de assédio a mulheres que vão registrar queixas contra agressores, fragilizando-as ainda mais, denuncia.

Nova abordagem

 

Assim como Mirian Grossi, Cecília Sademberg também defende a padronização dos registros e das coletas de dados relativos à violência contra a mulher e o treinamento de todos os profissionais envolvidos no processo de atendimento, assistência e abrigamento das vítimas.

 

A professora Vânia Pasinatto, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) defende a capacitação continuada, desde o curso de formação profissional. E que as instituições e gestores reconheçam esses servidores como profissionais diferenciados, que precisam ser mantidos e estimulados naquela atividade.

 

A necessidade de uma mudança de paradigma  na formação do profissional de Assistência Social foi defendida pela pesquisadora, como forma de superar preconceitos arraigados. Ela explicou que a formação hoje é voltada à família. “A mulher ainda está invisível, não é considerada como ser único, individual. O propósito primeiro é a manutenção da família. Proteger a família é importante mas a mulher ser reconhecida, valorizada. É preciso sim preservar a mãe e os filhos e não a família nuclear, patriarcal, onde há violência”, defendeu.

 

Fonte: "especialistas falam à CPMI. http://www.jomoraes.com.br/novosite/especialistas-falam-a-cpmi